quarta-feira, 3 de março de 2010

O Preconceito contra o Fetish ou Porque a Sociedade clama por uma vida sexual "normal"



As pessoas tem fantasias e fetishes e isso é um fato. Quem disser que não esta mentindo. Seja aquele cara que adora sexo anal, ou a menina que curta um tapinha de leve enquanto é comida de quatro.

Seja uma lingerie de uma determinada cor, ou um motel preferido que te excita, seja um local ou um modo de fazer sexo, isso é um fetish, isso é uma fantasia.

O engraçado é que a maioria das pessoas acha saudavel ter pequenos fetishes, que apimenta a relação, que ajuda a sair do marasmo, que ajuda o relacionamento a andar. Mas quando se trata do fetish dos outros principalmente se sai um pouquinho do eixo da "normalidade" sempre tem alguem com duas ou três pedras na mão pronto a falar que isso é anormal, que aquilo não se faz ou aquilo outro chega a ser nojento.

Tudo porque a sociedade clama por um comportamento sexual dito "normal". E usa parametros arbitrarios para definir essa normalidade.

A sociedade funciona com base no controle. Não é permitido roubar, matar, agredir. Regras impressindiveis Mas com o tempo essas regras foram ramificando, deram origem a outras com menos importancia até chegar a normas não ditas sobre o comportamento sexual das pessoas.

Uma conhecida minha é executiva junior de uma empresa de telefonia, tem contato maior com subalternos de varios niveis, embora possa ser feminina na empresa, tem de dar uma de durona, tomar atitudes energicas e decissões rapidas e que sejam obedecidas fielmente. Quando ela chega em casa tudo que ela mais quer é não ter de escolher nada, não mandar em ninguem nem nela mesma. O fetish dela é ser amarrada pelo namorado que mora com ela, de ser vestida de empregadinha e ser submissa a ele, ser dominada. Ela assim se liberta das amarras da escolha, se submete a alguem coisa que em seu dia a dia não pode fazer e passa o dominio pra outro. Alguem pode culpa-la por isso, por escolher sentir prazer pela falta de escolha, de inverter e em vez de dar um tapa na cara (metaforicamente falando) nos empregados e levar um de forma literal em casa? Pois é a sociedade pode.

Porque a sociedade não julga o individuo por suas ansiedades, desejos ou restrições. Ela julga pelo ato em si. Pela forma como se comporta, dura e friamente.

O medo inconsciente da sociedade é que cada individuo comece a fazer o que quer na cama e com isso pare de julgar o que outro faz. A sociedade em seu amago teme que com o fulano não julgando se o colega dá a bunda que simplesmente com o tempo ele tambem vai parar de julgar se fulano fez bem ou não ao matar, roubar ou agredir. Essas regrinhas que rejem nossa vida sexual não são a base da sociedade minha gente. Essas leis maiores e de importancia sim.

E o proprio individuo teme essas coisas por ele mesmo ter fantasias e não pode deixar isso passar sem que pareça que ele mesmo tem interesse nas pessoas acharem normal essas praticas. O individuo teme que seja descoberto. Ele teme ser taxado de pervertido e tarado pois ele mesmo de alguma forma já se taxa assim. Mas isso é assunto para outro post.

Que tal começar então a escolher melhor seus governantes, praticar o bem em sua vida e deixar o outro realizar suas fantasias sejam elas quais forem? Quem sabe assim você cria coragem de pedir a seu namorado pra se bezuntar de oleo ou a namorada pra se vestir de dominatrix e não ache a si mesmo um pervertido?

Beijos da Amanda.

Um comentário:

  1. Regras.. regras morais! E moral cristã... é o que rege nossa sociedade. Regras morais e moral cristã... Já reparou que o homem ainda pode ter fantasias e não ser pervertido, mas se a fantasia parte da mulher "tem alguma coisa errada com essa ai!"
    Ah! tanta coisa eu podeia falar.. mas o comentário viraria um post...

    Enfim... que possamos falar de sexo e fazer sexo do jeito que acharmos bacana.

    =*** Beeee!

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